L U Z I A
Quem ousa fazer do meu crânio um cálice?
Quem ousa brindar com meu sangue, cale-se
Quem ousa ousar perto de mim?
Quem ousa me ver queimar até o fim?
Quando eu luzia eu irradiava
Quando eu doía eu silenciava
E nos tempos vagos fumava um cigarro
Meus olhos caídos assistiam os carros que passavam
Quando eu luzia eu me apagava
Entre o nome e o verbo que eu conjugava
Julgava um passado imperfeitamente
Condenando meu futuro e meu presente
E os delírios da minha mente
